quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A tampa da panela



Tem hora que certas coisas me tiram do sério.
A moça terminou o namoro, e posteriormente obteve uma depressão no plano teórico. Só falava que estava depressiva, e enumerava todos os itens de “mínima” relevância para ter uma depressão de fato. Sim, depressão de cunho teórico, isso mesmo. Porque quem realmente está deprimido não vai a festas e não esquece dos amigos mais próximos, pelo contrário ou se refugia neles, ou não lembra de absolutamente nenhum, nem os de gandaia.
Pra que então dizer isso? Necessidade absurda de estar em evidência, do mundo notar que ela sente dor, que sofreu com o término. Oras, todos sofremos quando nos desgarramos de alguém que almejávamos ter um projeto de vida! Muito embora a humanidade não se finda numa eterna melancolia por isso...
Sabe aquele dia que você está precisando que a sua tristeza seja notada? Você está num dia péssimo, daqueles que nem precisava sair da cama, que tudo deu errado, e só precisa falar pra alguém o quanto o seu dia foi ruim, e esse tipo de gente não nota nem um pouquinho, ou se não notar, que não nos deixa quietos com nossos problemas, e ainda acha ruim se você não perguntar como anda a tal depressão. De preferência bem longe, de mão dada como capeta. Ah, me poupe. Não sou cem por cento ouvido, cem por cento conselho, pelo contrário tem hora que preciso de um, e quase ninguém tem saco pra isso.
Gente deprimida pós-namoro é coisa de dependência da personalidade alheia. Depois de terminar,sim, deprima-se, por uma semana, um mês até, curta sua fossa. Mais que isso é exagero. A mulherada precisa entender que esse negócio de achar a “metade da laranja”, “a tampa da sua panela”, é lenda. Você nasceu pela metade? Claro que não, então imagina que cruz seria completar o outro em tudo, até mesmo nos defeitos! Ele solta flatulências na sua frente e você diz: “nossa amor, faz de novo! Eu te amo, vc é a minha cara-metade”..Não, eu não completo ninguém, eu posso complementar o outro, completar nunca.
Por isso sou contra conto de fadas. É isso aí, minha filha não lerá nenhum, a não ser “ Os três porquinhos”, histórias de fundo moral e o conto de fadas mais em conta que nós produzimos até hoje : “Shrek”. Criamos uma geração com Cinderela e Branca de Neve, que não está satisfeita com nada. Querem a perfeição sem ser a própria. Não entendemos que não somos princesas e por isso não encontraremos príncipes. Teremos compatibilidade de gênios, achar algo que nos agrada no físico, na fala mansa, ou no jeito que se comporta. Mas príncipe mesmo??Ai, ai...Daí o Shrek, ele tem defeitos,é cheio de imperfeições, e quando a Fiona cai em si, que esse negócio de príncipe já era, começa a vislumbrar as qualidades que o ogro apaixonado tem. Veja bem, que coisa mais realista, é disso que a nova geração precisa. Sejamos mais realistas, que dessa forma criaremos mulheres que não precisam estar deprimidas para chamarem atenção, e sim mulheres que chamam atenção por natureza, pela segurança, independência amorosa, pelos trejeitos e até mesmo pelos defeitos. É disso que precisamos, lembrar que pra “Ser” humano, precisamos lembrar de tudo que nos compõe como pessoas.

Um comentário:

Aldo Rossini disse...

Vlw pelo comentario,vou serguir sua sugestão!!!!Otimo blog!!!!